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Os Jesuítas Santo Inácio de Loiola (1491-1556) Íñigo López nasceu em Loyola (atual Azpeitia, na região basca, Espanha), o último de 11 irmãos de uma família nobre. Freqüentou faustosas cortes, preparando-se para uma promissora carreira militar. Ferido por uma bala de canhão, recuperou-se lendo livros sobre a vida de Cristo e dos santos. Em seguida foi até o mosteiro de Monserrat, onde depositou suas armas aos pés da Virgem, decidindo dedicar sua vida à conversão dos infiéis. Durante os estudos de filosofia e teologia em Salamanca e Paris, conquistou seguidores para a causa da renovação da Igreja Católica. Junto a seis colegas (os espanhóis Francisco Xavier, Alfonso Salmeron, Pedro Fabro, Diego Laynez, Nicolau Bobedilla e o português Simão Rodrigues) fez os votos em Monmartre e fundou a Companhia de Jesus - Societas Jesu (S. J.) Foi ordenado sacerdote em Veneza pelo bispo de Arbe, e em 1540, o Papa Paulo III aprovou a nova ordem com a bula Regimini militantis Ecclesiae, enviando-os a vários países para criarem escolas e seminários. Inspirados pelo Concílio de Trento, os jesuítas lideraram o movimento da contra-reforma, levando a fé a todos os campos do saber: artes, matemática, física, astronomia, direito, filosofia, teologia etc. Nas artes, a contra-reforma é conhecida como o Barroco. Inácio foi canonizado pelo Papa Gregório XV em 1622. O Livro dos Exercícios Espirituais Praticando um ascetismo rigoroso no mosteiro de Manresa, Santo Inácio escreveu seus Exercícios Espirituais, caminho para o homem vencer-se a si mesmo e encontrar a vontade divina, com recolhimento e introspecção. Os exercícios foram impressos em 1538, e Santo Inácio foi preso duas vezes pela Inquisição, que vigiava toda prática espiritual. Finalmente, em 1548, os exercícios espirituais foram autorizados e indicados pelo Vaticano. Nestes exercícios encontramos a fórmula que sintetiza a vida do jesuíta: Ad majorem Dei gloriam (Para a maior glória de Deus). Jesuítas na América Junto aos franciscanos, dominicanos e agostinianos, os jesuítas vieram evangelizar o novo mundo, criando Missões e Colégios, e opondo-se firmemente à escravidão indígena. Por isso, inúmeras vezes entraram em atrito com colonos e com o governo, o que resultou em diversas expulsões destes territórios, com confisco de bens e abandono dos índios ao ímpeto colonialista. No Brasil, o Pe. Manuel da Nóbrega liderou os seis primeiros missionários jesuítas, que aportaram na Bahia em 1549. Colégios, missões, conventos e igrejas foram construídos em toda a costa. O beato José de Anchieta, considerado o apóstolo do Brasil, participou da fundação de São Paulo, no planalto de Piratininga. Aqui sofreram pressões dos portugueses e espanhóis, sendo ajudados pelo bandeirante Fernão Dias Pais, benfeitor também dos beneditinos, em cujo mosteiro seus restos repousam. Os jesuítas foram expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal, em 1759. Acusados da aculturação dos índios na América, os jesuítas, ao mesmo tempo perpetuaram traços desta mesma tradição na arquitetura, na literatura e na música. Durante este período, os elementos culturais dos povos indígenas estavam presentes inclusive na liturgia.
As letras IHS são um cristograma, representando (em alfabeto latino) as três primeiras letras do nome Jesus em grego: ΙΗΣΟΥΣ. São também associadas à abreviação de Iesus Hominum Salvator - Jesus, salvador dos homens.
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