Non sò
qual più m'ingombra
Fuor dell'usato mio
Gioia o stupore!
Poc'anzi oscura, e bruna era la notte
e
l'ombra con argenteo splendore
Appena gli ferìa raggio di luna
Or chiara in un momento
Ride l'aria serena
E'l colle intorno indora il Dio del giorno
Arsa da freddo gelo
Languìa l'erbetta, e'il prato
Or su leggiadro stelo
Già spunta il fior, di bei color ornato
Guari non è, che il fonte
Pur negava gelato
Di bagnar come pria, l'orrida sponda
Or dal vicino monte
Alletto, e piace, il mormorio dell'onda
l'arida sponda
Che sarà! chi a me lo dice!
Son felice, e non l'intendo
mentre
lieto vò godendo
La cagion del mio piacer
E non sa, contenta l'alma
Questa calma, e questa pace
Che m'alletta e tanto piacer
Perchè mai mi fa goder
È nato, alfin mi dice
Rischiarato il pensiero
È nato il Gran Messia
Da nostri Padri lungamente atteso
Me'l dice l'alma mia
Me l'attesta l'acceso cor
Che reso felice
Non paventa rovine al caro Ovile
Lo palesa l'Aprile
Che le campagne s'infiora
E'il biondo raggio
Del nuovo Sol, che nacque
Dell'ombre oscure, a e vendicar l'oltraggio
Me l'additano l'acque
Che non affrena il gel, rigido, e fiero
Si, si, ch'è nato il Messia
dice
il pensiero
Nacque, e il Gran Messia
La pace all'orbe intiero
Così dice il pensiero
E me l'attesta il cor
È lieta l'alma mia
Non sente affanni rei
E godon gl'occhi miei
In mezzo al gelo il fior |
Recitativo
Eu não sei o
que mais me surpreende
Além do
habitual,
Alegria ou
surpresa!
Há pouco a
noite estava triste e escura
E as sombras
com prateado esplendor
Atravessadas
somente por um raio de lua
Agora , de
repente, a noite é clara
O ar sereno se
alegra
E as colinas
estão douradas pelo Deus do dia
Queimadas pelo
frio do gelo
Languiam as
ervas e a relva
Sobre os
elegantes talos
Já desabrocha a
flor, de lindas cores ornada
Há pouco, a
fonte
Estava gelada e
impedia de
Banhar-se à sua
horrenda orla
Agora da
montanha próxima
O murmúrio das
ondas
Encanta e dá
prazer
Ária
O que está
acontecendo? Quem me dirá?
Eu me alegro e
não compreendo
Em minha
alegria me deleito
A causa do meu
prazer
E minha alma
satisfeita não sabe
Esta paz e
calma
Que encanta e
traz tal alegria
Por que este
prazer?
Recitativo
Ele nasceu,
enfim eu ouço
À minha razão
revelada
Nasceu o Grande
Messias
Profetizado por
nossos antepassados
Minha alma me
diz
E meu coração
ardente o confirma
O que o torna
feliz
Não receia
furor ao caro rebanho
Abril
testemunha
O florescer dos
campos
Como também os
raios luminosos
Do novo sol,
que nasceu
Para vingar a
tristeza da escuridão anterior
As águas me
revelam
Que não as
confina o gelo, duro e inflexível
Sim, nasceu o
Messias
Minha razão me
diz
Aria
Ele nasceu, o
Grande Messias
Paz para o
mundo inteiro
Assim diz minha
razão
E meu coração
confirma
Minha alma se
alegra
E não sente
mais tormentos
Meus olhos se
comprazem em ver
A Flor no meio do gelo
|
O di Betlemme
altera povertà venturosa!
Se chi fece ogni cosa
se
chi muove ogni sfera
a
te discende
e
l’Autor della luce
nei
suoi primi vagiti, a te risplende
Dal bel seno di una stella
Spunta a noi l’eterno sole
Da una pura verginella
Nacque già l’eterna prole
Presa d’uomo la forma
alle
gelide tempre d’inclemente stagione
soggiace
il gran bambino
E d’acerbo destino
per
sottrarre al rigore l’humanità cadente
del
suo corpo innocente
fa
scudo a noi l’appassionato amore
L’autor d’ogni mio ben
Scioglie le mie catene
è
stretto stretto e in fasce
Il tutto ei fé dal nulla
E pur lo veggio in culla
E in terra nasce
Fortunati pastori
giacchè
v’è dato in sorte
Che il Signor della vita, immortale, increato
Respiri fra di voi l’aure primiere!
Al doce suon giulivo di zampogne innocenti
D’un Dio fatto mortale
correte
a celebrar l’alto Natale
Toccò la prima sorte a voi pastori
Perché si fa Gesù di Dio l’Agnello
Offrite alla sua cuna i vostri cuori
Mirate quanto è vago e quanto è bello
Lasciate i vostri armenti e la capanna
Abbandonate sì le pecorelle
V’è una speranza in voi che non
v’inganna
E chi vi può dar loco in fra le stelle |
Recitativo
Oh majestosa e venturosa pobreza de Belém!
Se quem fizera todas as coisas
se quem move todas as esferas
até ti desce
e o Autor da luz
em seus primeiros lamentos a ti resplandece
Aria
Do belo seio de uma estrela
Brota a nós o sol eterno
De uma virgem pura
A descendência eterna já nasceu
Recitativo
Tomada a forma de homem
À gélida têmpera da estação inclemente
Submete-se a magnânima criança
E por precoce destino
Para afastar da humanidade decrépita o castigo
Com seu corpo inocente
A nós faz escudo o apaixonado amor
Aria
O autor de todos os meus bens
Solta minhas correntes
É apertado, e em faixas
O todo ele o fez do nada
Contudo o vejo no berço
E na Terra nasce
Recitativo
Pastores afortunados,
Pois que tiveram como destino
Que o Senhor da vida, imortal, incriado
Respire entre vós o primeiro sopro
Ao doce som festivo de inocentes gaitas
De um Deus feito mortal
Correi a celebrar o grandioso nascimento
Aria
Coube o primeiro destino a vós pastores
Porque se faz Jesus o cordeiro de Deus
Ofertai vossos corações a seu berço
Contemplai quanto é doce e quanto é belo
Deixai vossos rebanhos e a cabana
Sim, abandonai as ovelhas
Há uma esperança em vós que não vos engana
E que pode vos ceder
lugar entre as estrelas
|
O veneranda Trinitas
Per te sumus creati vera Aeternitas
Populum cunctum tu protege
Salva libera
Eripe et emunda
O veneranda Unitas
Per te sumus redempti
Vera tu Charitas
Te adoramus Omnipotens
tibi canimus tibi laus et
gloria
per infinita sæcula sæculorum
Amen |
Ó Trindade venerável
Por Vós fomos criados, verdadeira
Eternidade
Protegei vosso povo todo
Salvai-nos, libertai-nos
Arrebatai-nos e purificai-nos
Ó venerável Unidade
Por vós fomos redimidos
Vós verdadeiro Amor
Nós vos adoramos, ó onipotente
A vós dirigimos um canto de louvor e
glória
pelos
séculos sem fim
Amém
|
Pange lingua gloriosi
Corporis mysterium
Sanguinisque pretiosi
Quem in mundi pretium
Fructus ventris generosi
Rex effudit gentium
Nobis datus nobis natus
Ex intacta Virgine
Et in mundo conversatus
Sparso verbi semine
Sui moras incolatus
Miro clausit ordine
In supremæ nocte cœnæ
Recumbens cum fratribus
Observata lege plenæ
Cibis in legalibus
Cibum turbæ duodenæ
Sedat suis manibus
Verbum caro panem verum
Verbo carnem efficit
Fitque sanguis Christi merum
Et si sensus deficit
Ad firmandum cor sincerum
Sola fides sufficit |
Canta, minha
língua
este mistério
do corpo glorioso
E do sangue
precioso
Que, do fruto
de um ventre generoso
O Rei das
nações derramou
Como preço da
redenção do
mundo
Dado a nós, por
nós nascido
De uma intacta
virgem
E no mundo
vivendo
Espalhando a
semente da palavra
O tempo certo
da sua permanência
Encerrou no
rito admirável
Na ceia da
última noite
Reclinando-se
com seus irmãos
Tendo observado
plenamente
A lei da festa
prescrita
Deu a si mesmo
com as suas mãos
Como alimento
ao grupo de doze
O Verbo
encarnado, o pão real
Com sua palavra muda em carne
O vinho torna-se
o sangue de Cristo
E como
os sentidos falham
Para firmar um
coração sincero
Apenas a fé é
eficaz
|
Pero cantigas
de loor
Fiz de muitas maneiras
Avendo de loar sabor
A que nos da carreiras
Como de Deus ajamos bem
Sol non tenno que dixe ren
Ca atant’ é comprida
A loor da que nos manten
Que nunca á fiida
E poren lle quero rogar
Que meu don pequeninno
Reçeb’ e o queyra fillar
Por aquel que meninno
No seu corpo sse figurou
E sse fez om’ e nos salvou
Por nos dar parayso
E pois consigo a levou
E foy de bom siso |
Apesar de cantigas de louvor
Ter
escrito de muitos tipo
Louvando como convém
Àquela que nos mostra caminhos
Para alcançar o bem de Deus
Parece-me que não disse nada
Pois o louvor é tão longo
Daquela que nos mantém
Que nunca termina
É por isso que eu quero pedir-lhe
Que meu pequeno dom
Receba, e o tome
Para aquele menino
Que em seu corpo se formou
E se fez homem e nos salvou
Para nos dar o Paraíso
E depois consigo a levou
E foi de muito bom juízo
|