www.audicoelum.mus.br

 

 

Capela da Santa Casa de Misericórdia

R. Dr. Cesário Motta Junior 112 – Vila Buarque (São Paulo - SP)

 

Capela da Santa Casa - detalhe da fachada

 

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - entrada da Capela ao fundoA Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

A ordem das Santas Casas de Misericórdia foi instituída em Portugal pela Rainha Leonor de Lancastre, no ano de 1498. O principal objetivo da prática de obras de caridade dividia-se em quatro grandes ramos: tratar os enfermos, patrocinar os presos, socorrer os necessitados e amparar os órfãos.

No Brasil, a primeira Santa Casa foi fundada por Braz Cubas, em 1543, na Capitania de São Vicente (Vila de Santos). Por volta de 1560, deu-se a possível criação da Confraria da Misericórdia de São Paulo dos Campos de Piratininga que esteve alojada no Pátio do Colégio, nos Largos da Glória e Igreja da Misericórdia, sucessivamente.

Capela da Santa Casa - detalhe do lustreA direção da Irmandade é exercida pela Mesa Administrativa, composta por 50 Irmãos Mesários, e um Poder Executivo - a Provedoria - integrada pelos Irmãos 'Provedor' (autoridade máxima), 'Vice-Provedor', 'Escrivães', 'Mordomos', 'Tesoureiros' e 'Procuradores Jurídicos'.

Atualmente, voltados ao atendimento médico-hospitalar a pacientes carentes e do SUS (Sistema Único de Saúde), os Hospitais da Irmandade estão entre os maiores do país. A assistência prestada é totalmente gratuita e sua qualidade equipare-se à dos melhores centros médicos internacionais, com equipamentos de última geração.

O trabalho e a história desta centenária instituição podem ser conhecidos através do site oficial: www.santacasasp.org.br.

 

Capela da Santa Casa - altarA Capela

O conjunto neogótico de prédios da Santa Casa é um tesouro arquitetônico do bairro de Vila Buarque, região central de São Paulo. A sua Capela, projetada pelos arquitetos italianos Luigi Pucci e Julio Michelli, foi construída em 1895, dois anos após a inauguração do prédio principal. Além do acesso por um dos corredores do prédio da Santa Casa, há uma entrada principal defronte a um pátio interno, com árvores, bancos, um

É uma capela pequena, sem torres e com fachada triangular. Na entrada há uma pintura representando a visitação de Maria à Isabel, sua prima. Acima, a inscrição: 'Magnificat anima mea Domino'. A profusão de vitrais torna seu interior sempre claro, realçando um grande lustre de cristal e o piso de azulejos decorados.

Há apenas uma altar principal, com a imagem do Sagrado Coração de Jesus; dois nichos ao lado entronizam as imagens da Imaculada Conceição e de São José. Fato diferencial são os três coros altos, acima do altar principal. Como uma capela de hospital, é amparo para pacientes, familiares, médicos e funcionários da Santa Casa.

Capela da Santa Casa - detalhe do piso

A Capela da Irmandade da Santa Casa de Misericórida de São Paulo foi restaurada recentemente, e nela o Audi Coelum apresentou um concerto natalino patrocinado pela Melhoramentos Papéis.

Capela da Santa Casa - detalhe do altar

(parte das informações foi retirada do site da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo)

 

Capela da Santa Casa - pintura da visitação

Capela da Santa Casa - detalhe do altar

 

concerto: 16 de dezembro de 2006 - 11h

 


 

Basílica de Nossa Senhora do Carmo

R. Martiniano de Carvalho 114 – Bela Vista (São Paulo - SP)

 

Imagem de Nossa Senhora do Carmo - Basílica do Carmo

 

Vista interior da Basílica do Carmo

 

 

Fundação do Convento do Carmo em São Paulo - Tulio Mugnaini / interior da Basílica do CarmoNo século XVI (1580) chegaram ao Brasil os primeiros padres carmelitas, desembarcando do navio Frutuoso Barbosa, na cidade de Olinda - PE. Chefiando-os estava o Padre frei Domingos Freire, pioneiro da Ordem Carmelita no Brasil. Em 1594, através do Padre frei Antônio de S. Paulo, os carmelitas tornaram-se a quarta ordem religiosa a se estabelecer em São Paulo, fundando o Convento do Carmo no terreno que pertencia à sesmaria de Jurubatuba, propriedade do convento de Santos, na antiga ladeira do Carmo, atual avenida Rangel Pestana (local hoje ocupado pela Secretaria da Fazenda e o "Poupa Tempo" do Governo Estadual). Em 1766 a velha construção foi demolida e foram construídos novo convento e nova igreja. Ao lado desse lugar ainda existe a Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo, de 1804.

Basílica do Carmo, detalhe do interiorO Convento do Carmo permaneceu dominando a várzea do Rio Tamanduateí durante quase três séculos e meio, quando em 1926, por decreto governamental, o mesmo foi desapropriado, e com o dinheiro da indenização os frades carmelitas compraram uma chácara na Liberdade para a construção do novo Convento, o qual abrigaria o colégio e a igreja. No dia 25 de abril de 1928 a imagem de Nossa Senhora do Carmo foi levada em procissão até a capela provisória na R. Martiniano de Carvalho, após a celebração da última missa na antiga igreja da colina do Carmo.

Durante sua construção os frades foram morar na Avenida Brigadeiro Luís Antônio n.1209, e celebravam suas missas na capela provisória, onde hoje é o Teatro do Centro de Juventude do Carmo.

desenho do projetoO Convento, a Igreja e parte do Colégio foram projetados pelo arquiteto polonês Georg Przyrembel, que participou da Semana de Arte Moderna de 22. Przyrembel esteve em Ouro Preto estudando a arquitetura colonial brasileira, e no novo projeto soube aproveitar as obras sacras da antiga igreja, como os dois altares (estão no altar-mor, um sobre o outro) e os parapeitos dos janelões. As pinturas foram feitas pelo italiano Tulio Mugnaini e as Vias Sacras por C. Oswald.

O prédio foi entregue em 1934 e no dia 1o de abril, a Páscoa daquele ano, o arcebispo de São Paulo, D. Duarte Leopoldo e Silva, deu a bênção episcopal. Em 1940 a igreja foi efetivada como paróquia e teve como primeiro vigário o frei Batista Blenke. No dia 10 de dezembro de 1949, o bispo carmelita D. Eliseu van de Weijer sagrou a Igreja, preparando-a assim para a sua elevação à categoria de basílica menor. Em 13 de maio de 1950 foi elevada Basílica pelo Papa Pio XII, por ocasião  do VII Centenário do Santo Escapulário.

Basílica do Carmo, detalhe do interior

O órgão Walcker da Basílica do Carmo foi comprado em 1918 para a antiga igreja e depois ampliado e montado no novo endereço em 1934. Posteriormente foi realizada detalhe do órgão Walcker - Basílica do Carmouma nova ampliação e reforma, aproveitando-se da vinda do novo órgão Walcker para o Mosteiro de São Bento. A disposição dos registros foi idealizada por Ângelo Camin.

detalhe do órgão Walcker - Basílica do CarmoA festa de Nossa Senhora de Carmo é comemorada em 16 de julho. Nesse dia, em 1251, São Simão Stock rezava a oração chamada Flos Carmeli quando a virgem Maria apareceu-lhe indicando o escapulário como insígnia especial de seu amor maternal, dizendo: 'Recebe, meu filho, este escapulário, como sinal distinto do privilégio que obtive para ti e para os filhos do Carmelo; é um sinal da salvação, uma salvaguarda dos perigos, e o penhor de uma paz e proteção especial'. São Simão Stock era inglês e vivia como um eremita na floresta até ingressar na ordem do Carmelo. Sob sua liderança e fugindo dos ataques muçulmanos, os frades emigraram da Palestina para a Europa, expandindo a Ordem Carmelita no Ocidente.

Desde o tempo do Papa João XXII, a Igreja e a Ordem do Carmo ensinam que a devoção do escapulário do Carmo exprime a confiança e certeza que Nossa Senhora, Mãe do Carmo, intercede por todos que buscam imitá-la no amor e dedicação a Jesus Cristo, intercessão valiosa na vida e após a morte.

Basílica do Carmo, detalhe do interior

 

 

Basílica do Carmo, detalhe do interior

 

Basílica do Carmo, vista externa

 

concerto: 04 de junho de 2006 - 20h

 


 

Ritos Orientais


Altar da Catedral Nossa Senhora do Paraíso em São Paulo


A história do Cristianismo desenvolve-se a partir dos Apóstolos, e por isso chamamos apostólicas as igrejas que, ininterruptamente, apresentam uma sucessão hierárquica direta na ordenação de bispos desde os primeiros evangelizadores.

Devido à sua importância política e eclesiástica, muitos destes centros patriarcais criaram ritos litúrgicos próprios. Atualmente podemos designar o Rito Latino (da Igreja de Roma) e os seguintes Ritos Orientais: Bizantino, Armênio, Antioquino, Caldeu e Alexandrino. Estes ritos orientais são praticados em várias igrejas, tanto católicas como ortodoxas.

Igrejas de Rito Oriental:
 


 

Catedral Nossa Senhora do Paraíso

Eparquia Greco-Melquita Católica do Brasil

Rua do Paraíso 21 - Paraíso (São Paulo - SP)

 

O padre incensa o altar

 

O nome

A Igreja Greco-Melquita Católica tem consciência de ser a mais antiga do mundo, sucessora direta e imediata dos Apóstolos. Seu Patriarca, Gregório III, porta o titulo de “Patriarca de Antioquia e todo o Oriente, de Alexandria e de Jerusalém” - os primeiros centros da cristandade.

detalhe do crucifixo bizantinoGreco

Era a maneira pela qual os antigos muçulmanos se referiam aos cristãos bizantinos, já que, desde a transferência do Império Romano para o oriente, seus cidadãos adotaram, aos poucos, a língua grega.

Melquita

Vem da raiz semítica “melek” (rei, imperador). No século V, o Imperador de Constantinopla, Marciano, aceitou as resoluções do Concílio da Calcedônia, o que desagradou grupos separatistas como os siríacos e coptas, que passaram a designar estes cristãos como melquitas. Para os antigos historiadores muçulmanos “melquita” era sinônimo de “católico”, e o Papa (Patriarca de Roma) era chamado “Chefe dos Melquitas”.

Cató1ico

Significa “universal”, em comunhão com o Papa. Ou seja, há várias Igrejas de rito oriental em comunhão com a Igreja de Roma. E por isso são católicas. A Igreja Grego-Melquita porém, segue o Rito Bizantino.

 

Ícones na 'Iconóstase'

 

Detalhe do Santo Ícone do Cristo Pantocrator: trechos do Evangelho em grego e em árabeOs fiéis greco-melquitas no Brasil são, em geral, habitantes do oriente médio, que devido à crises e perseguições, imigraram a partir do século XIX. Com o crescimento desta comunidade, o primeiro pároco Arquimandrita (título eclesiástico oriental) chegou ao Rio de Janeiro em 1939, e sete anos depois foi criada a primeira paróquia no Rio de Janeiro: a Igreja de São Basílio. Em 1972, o Papa Paulo VI nomeou o primeiro Eparca (bispo) desta nova diocese oriental, com sede em São Paulo.

A pedra fundamental da Igreja Nossa Senhora do Paraíso, atual Catedral Grego-Melquita Católica do Brasil, foi lançada no dia 23 de agosto de 1951, com projeto de autoria de Benedito Calixto de Jesus Neto.

Detalhe do Santo Ícone de Maria TeotocosA Catedral Nossa Senhora do Paraíso exprime, através de sua arquitetura, a tradição e o ambiente das igrejas orientais, principalmente pelo seu belo “Iconóstase” (divisão entre o Santuário - onde se situa o altar - e a nave da Igreja). Nele estão três portas e também os ícones (imagens) dos Apóstolos e dois preciosos Santos Ícones, do Cristo Pantokrator (Cristo Todo Poderoso) e da Theotokos (Mãe de Deus). As pinturas na abside do Santuário, no teto e nas paredes laterais exprimem o aspecto teológico da tradição oriental, que procura apresentar a história da salvação em forma de imagens, fazendo com que o fiel, ao entrar no templo, possa contemplar várias passagens bíblicas, levando-o a compreender os vários movimentos realizados no ato litúrgico.

O atual Arcebispo Greco-Melquita Católico do Brasil é Dom Fares Maakaroun.

Detalhe da pintura no teto: a EucaristiaO sinal da cruz

No rito bizantino, o sinal da cruz se faz estendendo unidos os três dedos da mão direita (polegar, indicador e médio - simbolizando a Santíssima Trindade) e apoiando os outros dois sobre a palma da mão (anular e mínimo - simbolizando as duas naturezas de Cristo: humana e divina); leva-se a mão assim formada, da fronte para o peito e depois, do ombro direito para o esquerdo, dizendo: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Fiéis acendem velasEsta maneira de persignar-se foi costume geral da Igreja universal até o século XIII, segundo o testemunho do Papa Inocente III (1216) no seu livro De Sacro Altaris misterio: “O sinal da cruz deve-se fazer com os três dedos, pois se faz com a invocação da Santíssima Trindade, de modo que se desça de cima para baixo e da direita para a esquerda, porque Cristo desceu do Céu para a terra e passou dos Judeus para Os Gentios”.

Informações extraídas do livro ‘Os Melquitas’ de Roberto Khatlab - Edição da Eparquia Greco-Melquita Católica do Brasil, 1993; e do site http://geocities.yahoo.com.br/melquita

 

Catedral Nossa Senhora do Paraíso: Iconóstase, Baldaquino e Altar

Madeira talhada no púlpito

concerto: 13 de maio de 2005 - 20h30
 


 

Paróquia São Gregório Iluminador

Catedral Armênia Católica

Av. Tiradentes 718 - Bom Retiro (São Paulo - SP)

 

Capa metálica esmaltada do Santo Evangelho, presente no altar

 

O Iluminador

Cruz de pedra trazida da ArmêniaPor seu papel na conversão do povo armênio, São Gregório é conhecido como “O Iluminador”. Através do historiador Agathângelos conhecemos a seguinte história:

O rei armênio Tiridate III impõe a São Gregório que faça sacrifícios à deusa Anahide - uma prática muito utilizada pelos romanos na opressão aos cristãos. Com sua recusa, Gregório é encarcerado em um poço, lugar onde permaneceu por 13 anos. Surge então Hripsimé, cristã, que para escapar ao assédio do imperador romano Diocleciano foge para a Armênia. A beleza de Hripsimé também encanta Tiridate, que sem poder tê-la, manda matar a virgem e suas companheiras. Então orei é acometido por uma doença psicológica que o faz comportar-se como um lobo (licantropia).

flabelo sonoro para os momentos solenes da liturgiaSeguindo uma indicação dos céus, São Gregório é libertado, e o rei Tiridate, então curado, converte-se ao cristianismo e se faz batizar, levando à evangelização de todo o reino. Com isso, a Armênia torna-se a primeira nação a assumir o cristianismo como religião oficial, antes mesmo da permissão de culto cristão no Império Romano.

Era o ano de 301.

Judas Tadeu, Bartolomeu, Expedito, Mesrob

Interior da CatedralA Armênia é cenário para a ação de muitos santos. Segundo a tradição, os apóstolos São Judas Tadeu e São Bartolomeu iniciaram a evangelização da Armênia, onde foram martirizados.

Outro santo martirizado na Armênia foi Santo Expedito, o santo das causas urgentes. Expedito foi um general cristão, e comandou a XII Legião Romana, encarregada de defender as fronteiras romanas no oriente, e conhecida como “A Fulminante”. Conta-se que, no momento de sua conversão, apareceu-lhe o demônio sob a forma de um corvo, repetindo “cras” (amanhã, em latim), então Expedito pisoteou o pássaro, afirmando “hodie” (hoje).  Em uma disputa interna pelo poder, foi derrotado por Diocleciano e martirizado.

No século V, São Mesrob criou o alfabeto armênio, usado para a tradução dos textos sagrados, principalmente da Sagrada Escritura. Em 2005, o povo armênio celebra os 1.600 anos da criação do alfabeto.

Nossa Senhora de Narek - aparição ao monge Gregório de Narek (século X)Armênios no Brasil

A Armênia, país encravado no Cáucaso (Ásia menor) sempre lutou pela sua liberdade, sofrendo repressão e atrocidades dos dominadores.

Os primeiros armênios vieram para o Brasil a partir de 1895 e principalmente de 1915, fugindo do genocídio perpetrado pelos turcos, que dizimou um milhão e meio de pessoas. Em São Paulo, concentraram-se no bairro de Santana. Construíram lojas e fábricas de sapatos, e ergueram suas igrejas. O primeiro sacerdote, Pe. Vicente Davidian, chegou em 1935 e a Catedral Católica Armênia São Gregório Iluminador foi construída em 1976.  Seu atual Bispo é Dom Vartan Waldir Borghossian.

Liturgia

A língua litúrgica ainda é o armênio clássico. Por isso os fiéis, mesmo os que falam o armênio moderno, acompanham a Missa com um livreto especial, contendo o texto em armênio, sua transliteração e a tradução em português. Em alguns momentos da liturgia, uma cortina oculta o lugar onde se renovam os santos Mistérios. O rito armênio não adota a genuflexão; o gesto de adoração se faz com a inclinação do corpo.

Sacrário em forma de Igreja armênia

O Audi Coelum preparou duas obras sacras em armênio, especialmente para o programa 'Eucaristia'.

 

Os três arcos da Catedral, encimados pela Cruz armênia

Detalhe armênio da moldura dos íconos principais

lápides marmóreas do frontal da Catedrallápides marmóreas do frontal da Catedral

concerto: 06 de maio de 2005 - 20h30


[página anterior] [próxima página]